Se você já leu ou assistiu aos filmes adaptados de sua obra, sabe que o universo criado por J.R.R. Tolkien é grande e cheio de detalhes. É o caso, por exemplo, de “O Senhor dos Anéis” e suas histórias trazem uma mitologia que vai muito além do que é mostrado nos filmes.
Nesse sentido, a seguir, vamos falar sobre 7 fatos sobre “O Senhor dos Anéis” original que podem surpreender você.
A Terra-média já foi plana
Pois é! No universo criado por J.R.R. Tolkien, o mundo — chamado de Arda — era originalmente plano. Essa configuração foi moldada pelos Valar, seres poderosos que habitaram o mundo antes mesmo dos Elfos.
Eles criaram o reino sagrado de Aman, um lugar abençoado onde os Elfos poderiam viver para sempre, longe das dores e corrupções da Terra-média.
Mas tudo mudou com a queda de Númenor. Após os homens desse reino desafiarem os próprios Valar, o mundo foi drasticamente transformado: Arda deixou de ser plana e passou a ser redonda.
Como consequência, Aman foi “retirado do mapa”, deixando de existir no plano físico. A partir daí, só poderia ser alcançado por meio do chamado Caminho Reto, um trajeto misterioso e mágico que apenas os Elfos conseguiam percorrer.
Sauron já foi um ser bondoso
Seu nome era Mairon, e ele era um Maia — uma espécie de espírito poderoso — que servia aos Valar, os guardiões divinos do mundo de Tolkien.
Mairon era discípulo de Aulë, o ferreiro dos Valar, e tinha um talento excepcional para criar, organizar e trazer ordem ao mundo. Seu dom era tão grande quanto sua obsessão pela perfeição.
E foi justamente essa obsessão que o levou a se aproximar de Melkor (mais tarde conhecido como Morgoth), o primeiro e mais poderoso Senhor das Trevas. Seduzido pelas promessas de um mundo moldado à sua imagem, Mairon acabou se corrompendo.
Com o tempo, ele se tornou Sauron, abandonando seu antigo mestre para seguir seu próprio caminho em busca de controle e dominação.
LEIA MAIS: Filme de terror cult tem 95% de aprovação e terá continuação — relembre “Corrente do Mal”
Gil-Galad foi um dos maiores inimigos de Sauron
O elfo Gil-Galad foi um dos mais poderosos reis dos Ñoldor e uma figura central na luta contra Sauron durante a Segunda Era.
Ele liderou os exércitos élficos na lendária Última Aliança entre elfos e humanos, enfrentando o Senhor das Trevas em um confronto direto.
Mas foi durante o cerco de Barad-dûr que seu destino foi selado: Gil-Galad caiu em combate contra Sauron. Sua morte, no entanto, abriu caminho para que Isildur, filho de Elendil, cortasse o Um Anel da mão do inimigo, encerrando — ao menos por um tempo — a ameaça sombria do Senhor das Trevas.
Sauron era um mestre da ilusão e da metamorfose
Como já adiantamos, ao contrário do que muitos filmes sugerem, Sauron nem sempre foi essa figura sombria e absolutamente maligna.
Na verdade, ele dominava a arte de mudar de forma — e soube usar isso como ninguém. Em uma de suas jogadas mais ousadas, ele adotou a aparência de Annatar, o “Senhor dos Presentes”, e enganou os elfos com um discurso sedutor. Fingindo boas intenções, ajudou-os a forjar os lendários Anéis de Poder — e o resto é história.
Mas suas habilidades não paravam por aí. Sauron também já assumiu formas bem mais assustadoras, como a de um lobisomem e até de uma serpente. Tudo isso fazia dele um adversário tão imprevisível quanto perigoso.
Sauron foi responsável pela queda de Númenor
Númenor, a grandiosa ilha dos homens, teve um destino trágico — e Sauron teve tudo a ver com isso.
Após capturá-lo, os númenorianos não o eliminaram nem o mantiveram sob vigilância.
Pelo contrário, acabou conquistando a confiança do rei Ar-Pharazôn e, aos poucos, o envenenou com promessas de poder e imortalidade. Com palavras sedutoras, convenceu o monarca de que seria possível desafiar os próprios Valar e conquistar a vida eterna.
Essa ambição cega levou a uma expedição desastrosa contra os deuses — e o castigo veio à altura: Númenor foi engolida pelas águas, desaparecendo para sempre e mudando a geografia do mundo de Arda de forma irreversível.
LEIA MAIS: 5 filmes para assistir se você gostou de ‘Adolescência’
Sauron não era seu nome original
Já falamos por aqui que, antes de ser temido como o grande vilão da Terra-média, Sauron atendia por um nome bem diferente: Mairon, que em quenya significa “o admirável”. Mas vamos entrar em mais detalhes sobre isso!
Esse título fazia jus à sua essência original — ele era um espírito poderoso, devotado à ordem, à harmonia e à criação. Mas tudo mudou quando ele se deixou seduzir pelo poder de Morgoth, o primeiro Senhor das Trevas.
Com essa queda, veio também um novo nome: Sauron, que significa “o abominável”. A partir daí, sua reputação só se tornou mais sombria. Ainda assim, ao longo das eras, ele assumiu outros títulos e identidades, como Gorthaur, Annatar e Zigûr — cada um deles marcado por novas artimanhas e enganos.
Sauron não era o maior vilão do universo de Tolkien
Embora Sauron seja o grande vilão de “O Senhor dos Anéis”, ele não é, nem de longe, o maior mal do universo de Tolkien.
Esse posto pertence a Morgoth, um dos Valar — seres quase divinos — que se rebelou contra seus semelhantes e mergulhou o mundo em trevas. Foi ele quem plantou as sementes do caos em Arda, muito antes da ascensão de Sauron.
Na verdade, Sauron era apenas o seu mais fiel tenente. Após a derrota e o banimento de Morgoth para o vazio eterno, coube a ele continuar a obra sombria do antigo mestre, herdando tanto sua crueldade quanto seu desejo de dominação total.