Nos últimos anos, você deve ter reparado que tem se tornado cada vez mais comum encontrar filmes com durações superiores a duas horas. Inclusive, produções como “Oppenheimer”, “Assassinos da Lua das Flores” e “Gladiador II” ultrapassam facilmente esse tempo de exibição, e são parte de uma tendência que vem crescendo na indústria do cinema. Mas por que isso está acontecendo? Por que os filmes estão tão longos ultimamente?
Elencamos a seguir cinco razões principais que explicam o aumento da duração dos filmes nos dias de hoje.
A evolução do formato digital facilitou filmes mais longos
Com a transição dos rolos de filme tradicionais para o formato digital, os cineastas ganharam uma liberdade muito maior na edição e distribuição de filmes. Isso porque, antigamente, os filmes em 35mm tinham um limite físico devido à capacidade dos rolos, o que tornava filmes mais longos mais difíceis e caros de serem exibidos nos cinemas.
Porém, agora, com o armazenamento digital, um filme pode ter três horas de duração sem que isso signifique grandes desafios técnicos ou altos custos adicionais. Portanto, isso possibilita que diretores e estúdios tenham mais facilidade na produção de longos filmes.
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O valor do ingresso compensa para o público
Muitos espectadores enxergam um filme mais longo como uma experiência mais valiosa. Afinal de contas, o preço do ingresso é o mesmo para um filme de 90 minutos ou um de três horas. Dessa forma, um filme mais longo dá ao público um tempo maior de entretenimento pelo mesmo valor.
Isso se torna ainda mais importante em um período em que as idas ao cinema precisam competir com serviços de streaming, que oferecem grandes conteúdos acessíveis diretamente de casa.
Então, um filme longo pode ser uma justificativa maior para o espectador investir na experiência de assistir a um filme no cinema.
Filmes mais longos facilitam o desenvolvimento de personagens e histórias mais completas
Filmes modernos frequentemente se concentram no desenvolvimento detalhado dos personagens e da história. Sendo assim, quando eles têm uma duração mais longa, isso possibilita que diretores explorem histórias mais completas e detalhadas e ofereçam uma maior imersão ao público.
Um exemplo claro disso é “O Irlandês”, de Martin Scorsese, que utiliza seu grande tempo de exibição para detalhar as relações entre os personagens e explorar muito bem a história que, em um filme mais curto, poderiam ser apressadas ou reduzidas.
O público se acostumou a durações maiores
A verdade é que, com o surgimento do streaming e das séries de TV, o público moderno passou a consumir conteúdo de longa duração com mais naturalidade. Hoje em dia, por exemplo, assistir a uma maratona de oito episódios de uma série sem grandes pausas se tornou comum. E isso acaba influenciando na visão do espectador sobre a duração dos filmes também.
Então, longas-metragens com duas horas ou mais não assustam tanto os espectadores, que já estão acostumados com narrativas prolongadas e não veem problemas em ficar um grande período entretidos em uma história.
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Diretores famosos preferem filmes maiores
Diretores famosos, como Christopher Nolan, Quentin Tarantino e Martin Scorsese, frequentemente exigem total controle criativo sobre seus filmes. E esse controle inclui a decisão sobre a duração da produção.
Mas, para além desses exemplos, quando diretores atingem um status de grande destaque na indústria, os estúdios tendem a permitir que eles lancem filmes com durações maiores. O resultado são produções mais longas, detalhadas e muitas vezes consideradas obras-primas.
Além disso, como esses diretores têm um público fiel, seus filmes acabam servindo de referência e influenciam outros cineastas a também adotarem filmes mais longos.
E você, o que prefere?