O filme “O Brutalista”, dirigido por Brady Corbet e estrelado por Adrien Brody, chamou a atenção do público com sua boa história. Mas uma pergunta tem sido frequente entre os espectadores: o filme é baseado em uma história real? Então, aqui vamos falar sobre a resposta para essa questão e as inspirações do filme.
A história do filme
O filme narra a trajetória de László Tóth, um arquiteto húngaro e judeu que sobreviveu ao Holocausto.
Fugindo da Europa no fim da década de 1940, ele se encontra em condições difíceis nos Estados Unidos, enfrentando pobreza e dependência química. Mas, sua sorte começa a mudar quando ele recebe financiamento de Harrison Van Buren, um homem do ramo industrial que o contrata para construir um centro comunitário na Pensilvânia.
Apesar da aparente oportunidade, László precisa enfrentar grandes obstáculos durante a construção. Inclusive, muitos desses desafios são impostos pelo próprio Van Buren, cuja relação com o arquiteto se torna cada vez mais sombria e abusiva.
O filme tem como temas centrais o trauma do pós-guerra e as dificuldades enfrentadas por imigrantes.
LEIA MAIS: “Velozes e Furiosos”: 8 grandes curiosidades sobre o filme
O filme “O Brutalista” é baseado em uma história real?
Bem, apesar da sensação de realismo transmitida pela história, o filme não é baseado em uma história real. Isso porque o personagem László Tóth não existiu de fato, e a história do filme é uma obra de ficção. Mas, ainda assim, o diretor Brady Corbet e sua co-roteirista, Mona Fastvold, se inspiraram em várias figuras históricas, livros e eventos reais para construir a história do filme.
Inclusive, Brady Corbet mencionou em entrevista ao The Austin Chronicle que a inspiração para o filme veio de vários arquitetos e teóricos da arquitetura.
Aliás, um dos nomes mais importantes citados pelo diretor é Jean-Louis Cohen, um historiador da arquitetura que atuou como consultor no filme. O livro “Architecture in Uniform: Designing and Building for the Second World War“, de Cohen, ajudou a criar os temas abordados no filme, explorando como a arquitetura pós-guerra estava muito ligada à psicologia do período.
Além disso, outro livro que influenciou a história do filme foi “Marcel Breuer and a Committee of Twelve Plan a Church: A Monastic Memoir“, de Hilary Thimmesh, que detalha o complexo relacionamento entre um arquiteto e seus clientes.
LEIA MAIS: 5 filmes de super-heróis que não são baseados em quadrinhos
Outros arquitetos citados por Corbet como referências para László incluem László Moholy-Nagy, Paul Rudolph e Ludwig Mies van der Rohe, todos eles figuras importantes na arquitetura moderna.
Curiosamente, existiu um homem chamado László Tóth na vida real, mas ele era um geólogo húngaro conhecido por vandalizar a estátua Pietà de Michelangelo em 1972. Contudo, Corbet e Fastvold afirmam que a escolha do nome para o protagonista foi uma coincidência, já que “László Tóth” é um nome extremamente comum na Hungria.
O que é o brutalismo?
O brutalismo é um estilo arquitetônico que surgiu no pós-guerra, e é caracterizado por sua simplicidade, uso do concreto aparente e linhas geométricas.
No filme, Corbet utiliza esse estilo como uma metáfora visual para o trauma do pós-guerra e a experiência dos imigrantes.
O diretor ainda explicou que o brutalismo serviu como “a representação perfeita para falar sobre o trauma do pós-guerra”, já que muitos dos materiais usados na construção brutalista foram originalmente desenvolvidos para tempos de guerra. Ele também apontou como esse estilo arquitetônico reflete a luta enfrentada pelos personagens da história.
LEIA MAIS: Lista dos 10 atores mais bem pagos de 2024 traz valores milionários
Além disso, Corbet citou a cidade italiana de Carrara como uma influência importante para o filme. Inclusive, a cidade, conhecida por suas enormes pedreiras de mármore, aparece em uma das cenas do filme. O diretor descreveu o local como “um símbolo visual do impacto do capitalismo no mundo”.