Desde os primeiros personagens como Mickey Mouse até os mais modernos, uma característica que se repete em muitos dos desenhos animados é a ausência do quinto dedo. Você já deve ter notado que grande parte dos personagens tem apenas quatro dedos, mas por que isso acontece?
Economia de tempo e dinheiro
Uma das explicações mais comuns para o fato de muitos personagens de desenho animado terem apenas quatro dedos é a praticidade no processo de animação. Isso porque quando os desenhos animados eram feitos à mão, cada detalhe demandava tempo e, consequentemente, dinheiro.
Sendo assim, desenhar cinco dedos ao invés de quatro aumentava o trabalho dos animadores, já que a mão humana é uma parte complexa do corpo para ser representada. Ou seja, reduzir um dedo facilitava o processo, especialmente em animações mais dinâmicas e rápidas.
Mas, acontece que, mesmo com a evolução da tecnologia e o uso de animação digital, essa tradição continua em muitos estúdios. Afinal, quanto menos detalhes, menos tempo gasto em cada frame, o que ainda impacta diretamente nos custos de produção.
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Estética e design
Além do fator econômico, há uma razão estética para a presença de somente quatro dedos nos personagens. A explicação é que desenhos animados costumam ter traços simplificados e exagerados para reforçar a fantasia e o humor. Então, adicionar cinco dedos em personagens com mãos arredondadas, por exemplo, pode parecer desproporcional ou até esquisito.
Um exemplo clássico é o Mickey Mouse. Walt Disney chegou a falar que, se o Mickey tivesse cinco dedos, suas mãos pareceriam “um cacho de bananas”. Nesse caso, a decisão de usar quatro dedos visava manter o design do personagem mais agradável aos olhos do público.
Mickey Mouse (Disney Channel)
Essa escolha também se reflete em muitos outros personagens, como o Pato Donald, Homer Simpson e o Pernalonga, que também contam com quatro dedos apenas. Esses personagens se tornaram tão icônicos que essa característica se consolidou como uma parte natural de seu visual.
Tradição e impacto cultural
Com o passar do tempo, o uso de quatro dedos em personagens animados se tornou uma espécie de tradição. Deste modo, como muitos dos primeiros personagens de sucesso seguiam esse padrão, novos personagens também começaram a ser desenhados com quatro dedos.
Isso, aliás, se tornou uma característica tão comum que, quando você percebe essa peculiaridade, é impossível não notar em outros desenhos.
Vale destacar, no entanto, que essa prática é mais comum em produções ocidentais. No Japão, por exemplo, a maioria dos personagens de anime são desenhados com cinco dedos. Isso se deve, em parte, a questões culturais, uma vez que a palavra japonesa para o número quatro é semelhante à palavra “morte”, o que faz com que o número seja evitado em várias situações.
Referências fantásticas e simbolismo
Outra explicação para a quantidade de dedos em personagens de animação é o simbolismo associado a mundos fantásticos. Afinal, personagens que habitam universos onde as leis da física não se aplicam de forma rigorosa ou onde a fantasia predomina podem ser representados de maneira menos fiel à realidade. Portanto, ter quatro dedos os distingue ainda mais do mundo humano.
Um caso interessante é o da série “Os Simpsons”, onde todos os personagens têm quatro dedos, com exceção de Deus, que aparece com cinco. Isso foi feito de forma deliberada, criando uma distinção entre divindades e os personagens “mortais”. Esse tipo de detalhe sutil é um bom exemplo do papel do simbolismo na construção de universos dentro da animação.
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Exceções e adaptações
Apesar de ser uma prática comum, há algumas adaptações curiosas em diferentes países. Inclusive, em algumas ocasiões, personagens originalmente desenhados com quatro dedos precisam ser redesenhados com cinco para evitar controvérsias.
Isso ocorreu, por exemplo, com produções ocidentais adaptadas para o mercado japonês, onde, devido às questões culturais mencionadas, personagens como o Mickey Mouse e outros famosos passaram a ter cinco dedos.
Ainda assim, a maioria dos desenhos ocidentais mantém essa tradição, seja por costume, seja pela estética ou até por questão de design simplificado.