Muitos conhecem “Branca de Neve e os Sete Anões” como um conto de fadas clássico animado da Disney de 1937, que recentemente ganhou um remake live-action. No entanto, a versão original do conto dos Irmãos Grimm, publicada em 1812, era muito mais sombria e assustadora. Isso porque ao contrário da adaptação do cinema, a história original está cheia de obsessão, tentativas brutais de assassinato e punições bizarras.
Inclusive, a versão original do conto revela um lado muito mais próximo de um terror psicológico do que de uma simples história infantil.
A Rainha Má e suas tentativas de assassinato
No filme da Disney de 1937, a Rainha Má já se sobressai como uma grande vilã, mas acontece que sua versão original era ainda mais cruel.
Movida pelo ciúme e pela vaidade, ela não se limitou a envenenar Branca de Neve apenas com uma maçã; ela tentou matá-la três vezes de maneiras diferentes. Disfarçada de vendedora, primeiro ofereceu um espartilho, apertando-o até Branca de Neve desmaiar. Depois, retornou com um pente envenenado, que fez a jovem desfalecer assim que tocou seus cabelos. Somente na terceira tentativa, com a maçã envenenada, a Rainha conseguiu o que queria — ou assim pensava.
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O terror da floresta e a falsa morte
A cena em que Branca de Neve foge pela floresta já é assustadora no filme de 1937, com árvores de galhos retorcidos e sombras assustadoras. No entanto, no conto original, essa passagem era ainda mais assustadora.
Na obra, Branca de Neve estava completamente sozinha e indefesa, em um ambiente desconhecido e perigoso. Inclusive, seu desespero era tanto que, exausta, desmaiou de medo.
Além disso, quando finalmente encontra abrigo na casa dos anões, sua segurança é apenas temporária. Afinal, a cada nova tentativa de assassinato da Rainha Má, Branca de Neve parece condenada a um ciclo de morte.
Não há beijo do príncipe
O “sono eterno” de Branca de Neve, causado pela maçã envenenada, só é interrompido não por um beijo de amor verdadeiro, mas por um acidente bizarro.
No conto, ao ser transportada para o castelo do príncipe, um dos servos tropeça, fazendo com que o pedaço da maçã saia de sua garganta, trazendo-a de volta à vida de maneira nada romântica.
A punição cruel da Rainha Má
No longa-metragem da Disney de 1937, a Rainha Má enfrenta um destino cruel ao cair de um penhasco durante sua fuga. Porém, como você já deve estar imaginando, no conto original, seu fim é ainda mais assustador.
Na obra dos irmãos Grimm, quando ela descobre que Branca de Neve ainda está viva e vai se casar com o príncipe, a madrasta comparece ao casamento sem saber do que a aguarda.
Acontece que, como castigo por seus crimes, ela é forçada a calçar sapatos de ferro em brasa e a dançar até a morte, uma cena que certamente não faria parte de um conto infantil moderno.
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Muito mais do que apenas “felizes para sempre”
Ao analisar a história de Branca de Neve em sua forma original, fica claro que ela não era só um conto de fadas voltado para crianças, mas sim uma história sombria com elementos de terror.
Como você pode ver, temas como inveja, obsessão e tortura psicológica estão muito presentes no enredo, o que torna a história muito mais próxima de um terror do que do universo mágico e encantado popularizado pela Disney.
Sem dúvidas, ao olharmos para Branca de Neve sob essa nova visão, percebemos que por trás do “felizes para sempre” havia um conto cheio de escuridão e vingança.