Na reta final de “The Handmaid’s Tale” (“O Conto da Aia“, no Brasil), muitos espectadores sentiram que Serena Joy Waterford, interpretada por Yvonne Strahovski, teve um desfecho até brando diante de tudo o que cometeu. O que poucos sabiam, porém, até agora é que os roteiristas da série tinham em mente um plano bem mais radical para a personagem. Bruce Miller, criador e showrunner da produção, revelou que originalmente queria matar Serena logo no início da sexta temporada. A cena incluiria sua queda de um trem, um fim violento e simbólico para uma das figuras mais controversas de Gilead.

No entanto, Eric Tuchman, que dividiu a condução da última temporada com Miller, discordou. Para ele, ainda havia espaço para desenvolver mais a trajetória de Serena. A permanência da personagem ganhou apoio de toda a equipe, e, então, o destino sombrio foi descartado. Ainda assim, ela chegou a ser empurrada do trem, mas sobreviveu, ferida, e seguiu em frente com seu bebê nos braços.
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A opinião da atriz sobre o fim de Serena Joy
Curiosamente, a própria Yvonne Strahovski não se opôs à ideia inicial de morte. Em entrevista recente, a atriz afirmou que considerava o desfecho trágico algo coerente com a história. Segundo ela, uma morte dolorosa e impactante teria provocado sentimentos mistos no público, que oscilava entre desejar a punição da personagem e torcer por sua redenção.
A atriz ressaltou que Serena inclusive merecia o destino originalmente planejado para ela, mas reconheceu que o final mais esperançoso escolhido também carrega uma carga emocional densa e até mesmo inesperada.
No episódio final, Serena e seu filho aparecem em um campo de refugiados, em meio à incerteza e vulnerabilidade. Essa imagem contrasta fortemente com o poder que ela exercia nas temporadas anteriores, e nada mais é que uma amarga consequência de suas escolhas.
A decisão de mantê-la viva
Para os roteiristas, eliminar Serena significaria perder a chance de trabalhar com a atriz até o último momento da série. Bruce Miller admitiu que, apesar do desejo inicial de matá-la, concordou que manter Serena viva trouxe complexidade à temporada final. A escolha permitiu mostrar lados mais humanos da personagem, sem absolvê-la de seus atos, no entanto.
Essa escolha também dialoga com o tom da série, que desafia o espectador a refletir sobre perdão, resistência e transformação. Nessa situação específica, por exemplo, a sobrevivência de Serena não oferece redenção plena, mas é um retrato de alguém que perdeu tudo, menos a chance de tentar algo diferente.
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O que vem por aí para “The Handmaid’s Tale”
Com o encerramento da série em 2025, os olhos agora se voltam para “The Testaments”, a continuação já confirmada pela Hulu e baseada no livro homônimo de Margaret Atwood, mesma autora de “The Handmaid’s Tale”. A nova série deve acompanhar personagens como a Tia Lydia, ao mesmo tempo em que se aprofunda ainda mais na estrutura autoritária de Gilead e nas possíveis sementes de revolta plantadas durante os anos de regime.
Por ora, a presença de Serena nessa nova produção é improvável, o que não apaga o impacto que a personagem teve ao longo das seis temporadas. Afinal, o que era para ser uma figura secundária acabou se tornando uma das presenças mais marcantes da série, odiada por muitos, mas difícil de ignorar.
The Handmaid’s Tale
- Roteiro:
- Bruce Miller (criação e adaptação), baseado no romance de Margaret Atwood
- Elenco:
- Elisabeth Moss, Yvonne Strahovski, Joseph Fiennes, Alexis Bledel, Ann Dowd, Max Minghella, Samira Wiley, Bradley Whitford
- Lançamento:
- 28/04/2017
- Duração:
- 47–60 minutos