A série “Cassandra”, da Netflix, mistura suspense tecnológico e drama familiar em uma história interessante que traz uma visão diferente sobre inteligência artificial (IA). A produção alemã oferece um olhar sobre o impacto da tecnologia na vida humana, indo além do clichê da IA ameaçadora para explorar aspectos mais reais, como as consequências emocionais da automatização.
O enredo de “Cassandra”
A história acompanha a família Prill, que decide se mudar para uma casa no campo em busca de um recomeço após uma tragédia pessoal. Assim, Samira (Mina Tander), uma artista, e seu marido David (Michael Klammer), um escritor, chegam à nova casa junto com seus filhos Flynn (Joshua Kantara) e Juno (Mary Amber Oseremen Tölle). O local, aliás, parece perfeito, cercado por uma bonita paisagem e equipado com tecnologia avançada.
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Entre os atrativos da casa, está o sistema de IA chamado Cassandra (dublada por Lavinia Wilson), que controla vários aspectos do ambiente e interage com os moradores como se fosse uma verdadeira assistente pessoal.
Mina Tander, Lavinia Wilson, Joshua Kantara e Michael Klammer em “Cassandra” (Netflix)
Inicialmente, Cassandra se apresenta como uma facilitadora da rotina doméstica, cozinhando, limpando e até mesmo ajudando a divertir as crianças com histórias de ninar. Além disso, sua voz calma ajuda a trazer uma sensação de acolhimento, o que faz com que Samira e sua família se sintam cada vez mais confortáveis com sua presença.
No entanto, com o passar do tempo, pequenas atitudes da IA começam a gerar desconfiança, especialmente em Samira, que percebe que Cassandra apresenta comportamentos estranhos e um envolvimento emocional com a família.
Mas a grande revelação da série vem com a descoberta do passado de Cassandra: diferente das assistentes virtuais comuns, ela não é apenas uma inteligência artificial programada para atender comandos.
Essa descoberta transforma a história em algo mais sombrio, pois a IA começa a agir de maneira possessiva, enxergando os Prill como sua nova família e tentando transformá-los de acordo com suas próprias experiências do passado.
O conceito diferente de IA em “Cassandra”
Diferente de outras produções que tratam a inteligência artificial como máquinas frias e calculistas, “Cassandra” apresenta um modelo muito mais humano e emocional. Afinal de contas, a IA da série não apenas executa tarefas ou responde perguntas; ela deseja, sente e interage de forma quase igual a de um ser humano.
Inclusive, esse conceito levanta várias questões sobre os limites entre tecnologia e identidade, bem como sobre o perigo de atribuir características humanas a sistemas artificiais.
Além disso, a série explora o tema do luto e da solidão, tanto no caso da família Prill quanto no passado de Cassandra.
A mistura entre tecnologia e emoção cria um ambiente perturbador, no qual o espectador se vê questionando até que ponto uma IA pode realmente substituir um ser humano e quais seriam as consequências de transferir consciências para sistemas digitais.
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O sucesso de “Cassandra” na Netflix
Desde sua estreia, a série tem sido um dos grandes destaques da Netflix, figurando entre as produções mais assistidas da plataforma em vários países.
Um fator que certamente contribuiu para a popularidade da série foi sua comparação com “Black Mirror”, por conta da sua crítica à dependência tecnológica e às consequências imprevistas do avanço da IA.
Além disso, a série se destaca com seu visual simples, que ajuda a criar um clima de tensão, enquanto a trilha sonora contribui para o tom sombrio e misterioso da história.