O filme “A Cura” (A Cure for Wellness), dirigido por Gore Verbinski, apresenta é um filme que mistura terror psicológico, ficção científica e elementos góticos. A história gira em torno de Lockhart (Dane DeHaan), um jovem executivo enviado a um SPA isolado nos Alpes Suíços para resgatar o CEO de sua empresa. No entanto, ao chegar ao local, ele descobre que os pacientes e a equipe médica escondem segredos perturbadores.
Instituto Volmer em “A Cura” (20th Century Fox)
A jornada de Lockhart e a descoberta da verdade
Lockhart logo percebe que o SPA, chamado Instituto Volmer, não é uma simples clínica de bem-estar. O Dr. Heinreich Volmer (Jason Isaacs), chefe do local, administra tratamentos misteriosos que parecem mais experiências científicas do que terapias convencionais. Além disso, seus pacientes apresentam comportamentos estranhos, sem falar da saúde deteriorada.
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Jason Isaacs (“Dr. Volmer”) em “A Cura” (20th Century Fox)
O protagonista, ao tentar desvendar o mistério, acaba se tornando um paciente contra sua vontade, por conta de um acidente que sofreu enquanto saía do local.
À medida que investiga, Lockhart descobre que, na realidade, os pacientes estão sendo usados como fontes para a produção de um elixir da juventude. A substância é extraída através de um processo em que enguias que habitam a água subterrânea do instituto são inseridas em seus corpos e, a partir daí, o líquido poderoso é extraído com o uso de máquinas.
Dane DeHaan (“Lockhart”) em “A Cura” (20th Century Fox)
O SPA, portanto, criou um ciclo mórbido em que as enguias eram alimentadas pelos pacientes oferecidos pelo instituto, e, como resultado, produziam as “vitaminas” da fonte da juventude de Volmer.
A necessidade desse procedimento está no fato de que Volmer é, na verdade, um barão suíço que vive há mais de 200 anos e, que, portanto, precisa de algo para manter sua longevidade. Assim, o elixir é o composto que mantém Volmer e seus seguidores vivos por séculos.
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O papel de Hannah e os planos de Volmer
Outro personagem chave da trama é Hannah (Mia Goth), uma jovem misteriosa que vive no SPA sob os cuidados de Volmer, mas que pouco revela sobre seu passado.
Com o tempo, Lockhart descobre que ela é, na verdade, filha do cientista e tem um envelhecimento desacelerado devido ao consumo controlado do elixir criado pelo pai.
Mia Goth (“Hannah”em “A Cura” (20th Century Fox)
A revelação mais perturbadora ocorre quando se descobre que Volmer pretende continuar sua linhagem “pura” com Hannah, repetindo o mesmo ciclo incestuoso que levou à sua suposta execução no passado. O único obstáculo para a consumação de sua ideia perversa era o fato de que, por conta da ingestão do elixir, a puberdade ainda não havia sido atingida pela moça. Porém, isso muda quando ela entra numa piscina e finalmente se torna adulta.
Quando Lockhart compreende a dimensão dos experimentos, ele tenta resgatar Hannah e escapar do Instituto Volmer. A sequência final do filme é marcada por confrontos intensos e revelações chocantes, inclusive com a descoberta da real face de Volmer, resultado das queimaduras sofridas quando os aldeões incendiaram o castelo e queimaram ele e sua irmã vivos há 200 anos atrás.
Ao final, novamente o local é incendiado, desta vez por Lockhart, que consegue fugir com Hannah, que finalmente poderá viver no mundo fora do instituto.
No final de “A Cura”, o instituto é incendiado e Hannah finalmente consegue sua liberdade (20th Century Fox)
A simbologia do filme e sua crítica social
“A Cura” utiliza seu enredo para explorar questões como a obsessão moderna pelo bem-estar, a busca incessante pela juventude e os perigos do poder corporativo. Nesse contexto, os pacientes do SPA representam indivíduos que, consumidos pela pressão social e profissional, buscam uma cura para males que podem ser consequência de suas próprias escolhas de vida.
O próprio Lockhart simboliza essa jornada, pois, ao longo do filme, ele passa de um executivo ambicioso e cético a alguém que reconhece a ilusão vendida pelo instituto. A cena em que ele percebe que sua perna nunca esteve realmente quebrada reflete essa mudança de percepção.
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Recepção e impacto de “A Cura”
O filme dividiu a crítica e o público. No Rotten Tomatoes, tanto os críticos quanto os espectadores atribuíram a ele uma nota de 42%, enquanto no IMDb sua avaliação é de 6,4/10. Enquanto alguns elogiaram a estética visual e a direção de Verbinski, outros consideraram a narrativa excessivamente complexa e o desfecho frustrante.
Apesar das críticas, o filme “A Cura” conquistou status de cult entre os fãs de terror psicológico.
